Bons hábitos preservam até mesmo os pacientes com predisposição genética à doença
Diversos tipos de câncer podem ser evitados com um estilo de vida saudável.
Estudo publicado recentemente na revista científica Cancer Research, da Associação Americana para Pesquisa do Câncer, avaliou o estilo de vida e os dados genéticos de mais de 400 mil homens e mulheres. Entre os pacientes com alto risco por fator genético, a incidência de câncer foi de 5,51% em homens e 3,69% em mulheres que tinham um estilo de vida saudável – os números sobem para 7,23% nos homens e 5,77% nas mulheres entre aqueles que não cultivam hábitos saudáveis de vida. Pacientes com estilo de vida menos saudável e fator genético mais alto tiveram 2,38 vezes (mulheres) e 2,99 vezes (homens) mais chances de desenvolver câncer em comparação àqueles com um estilo de vida saudável e fator genético menos relevante.
A pesquisa reforça aquilo que defendemos há décadas: um estilo de vida é a melhor defesa contra doenças crônicas – como obesidade, diabetes, hipertensão, demências, depressão -, mas também o infarto, o acidente vascular cerebral e o câncer. Alimentação balanceada, prática de exercícios, sono reparador, consumo moderado de álcool, controle do peso, distância do tabagismo e exames preventivos regulares são verdadeiros aliados em busca de longevidade com autonomia. Estudos atestam que 75% dos casos de câncer são causados por alterações nos genes do tecido comprometido. É o que faz o cigarro com o pulmão e com a bexiga, e a alimentação irregular com o intestino, por exemplo. Portanto, a Associação americana atesta que é possível reverter o risco de câncer aderindo a hábitos saudáveis, reduzindo a relevância do fator genético como risco iminente de propagação de células tumorais.
Segundo o INCA, a estimativa é de mais de 700 mil casos de câncer em todo o Brasil, em 2021. É doloroso pensar que muitas destas ocorrências poderiam ser evitadas, anualmente, com a simples adoção de um estilo de vida saudável.
O cenário torna-se ainda mais dramático se considerarmos que, com a pandemia, muitos pacientes postergaram ou desistiram temporariamente de seus tratamentos. O mesmo se pode dizer do abandono das práticas esportivas. Por medo de contágio do vírus, muitos pacientes deixaram de manter a regularidade de suas atividades, fato grave quando se sabe que o esporte pode prevenir ao menos 13 tipos de câncer, incluindo os de mama e próstata, os mais recorrentes em nosso país. É preciso considerar ainda que o medo e as incertezas aumentaram significativamente o consumo de álcool e cigarro.
Naquelas pessoas em que o câncer ainda começa a se desenvolver, sabemos que o diagnóstico precoce permite o tratamento e a cura em 90% dos casos. Agora é tempo de cada um voltar a cuidar da sua saúde. Além da adoção dos hábitos saudáveis, é fundamental retomar as consultas médicas e check-ups que foram adiados.
Comments